2 de maio de 2011

Dois passinhos para trás!


Para mostrar respeito às tradições do marido, Kate deverá andar sempre dois passos atrás de William nos compromissos públicos oficiais. Tudo bem, tudo bem, a mocinha sabia onde estava se metendo e nós sabemos bem que o protocolo inglês não permite que a mulher seja realmente dona da sua vida ou viva de acordo com suas regras - tudo sob a tutela da Rainha Elizabeth (medo!) -, mas saber disso me despertou uma certa aflição, e, infelizmente, apesar de muita mulher gritar aí que existe igualdade, grande parte do time feminino ainda gosta, ou prefere, estar alguns passinhos atrás do companheiro.

Eu não sou a maior feminista do mundo, gosto do que conquistamos, da liberdade que conseguimos, do poder de decisão e de escolha que hoje temos, mas deixo claro que não queimei meu sutiã em praça pública e gosto de ser mulher, me sinto mais segura e completa quando o Diogo está comigo, gosto de o homem abrir a porta do carro e pagar a conta (o que é bem diferente de ser bancada por um homem, e não tem nada a ver com o valor, mas pela gentileza que o gesto demonstra), mas nunca cogitei a idéia de viver à sombra de um homem, ser coadjuvante de uma história ou esperar decisões de outra pessoa.

Eu sou canceriana, romântica e sempre sonhei com o casamento, mas eu nunca o vi como uma prisão, como algo que te priva de ser você mesma, de tomar suas decisões, de esolher e trilhar seus caminhos. Ceder faz parte da história, é claro, mas fazemos isso porque amamos, porque buscamos o bem comum, a felicidade do casal, e isso é sim, muito válido e muito correto quando existe uma troca, quando cada um cede um pouquinho, quando existe um ajuste natural e saudável. Por isso eu sempre falei que meu sonho era casar, mas casar com uma pessoa que fosse como eu, que pensasse como eu e que andasse ao meu lado. Uma pessoa que não estivesse à minha frente e nem atrás de mim. Isso não tem nada a ver com dinheiro, com classe social, com formação. Uma pessoa que estivesse ao meu lado seria uma pessoa que estivesse em sintonia comigo, que conjugasse os mesmos valores, as mesmas crenças e os mesmos objetivos. Uma pessoa que respeitasse minhas escolhas, apoiasse minhas decisões e que, quando necessário, agisse como "advogado do Diabo", como diz meu noivo, que dissesse aquelas coisas que você não quer ouvir, mas que são absurdamente necessárias. Uma pessoa que está ao teu lado não te cobra, te incentiva. Não faz as coisas por você, mas te ajuda a traçar o teu caminho. E ainda que duas pessoas estejam em momentos de vida diferentes - um já se formou, o outro não; um está bem empregado, o outro ainda procura se posicionar profissionalmente; um ganha bem, o outro nem tanto -, isso não quer dizer que estejam atrás do outro. Estarão lado a lado se forem parceiros, companheiros, ajudarem um ao outro.

Quis fazer esse post pois fiquei bem intrigada com a notícia que ouvi, e como isso que fez pensar no real significado do casamento, e do quanto é bom e poderoso quando a gente não esquece da gente, quando a gente ama muito o outro, mas se ama muito também, e não coloca nenhum de nossos objetivos no passado simplesmente porque está casando. Eu ainda quero conquistar muita coisa, e sei que o Diogo tem esses mesmos objetivos pessoais, e acho isso ótimo, fantástico e, principalmente, muito saudável. E para estar bem com isso, com os sonhos pessoais do companheiro (a carreira, um curso fora, um título, a casa na praia, o que for), não adianta, é preciso estar em sintonia, compreender o outro, e estar sempre lado a lado. Somos seres independentes, que se amam acima de qualquer coisa, somos bem resolvidos com o que nos tornamos e tudo que queremos é ser feliz juntos, e sabemos que felicidade é uma soma de vários fatores, inclusive as conquistas pessoais de cada um, e, o mais importante de tudo é que estejamos juntos para curtir cada passinho e cada mini vitória um do outro, afinal, tem coisa mais gostosa do que ver quem a gente ama feliz?

2 comentários:

Bárbara disse...

Poxa, Fê. No meio de tantos burburinhos sobre o tal "Casamento Real" me deparo com este teu post aqui... Super opinitivo e com varias coisas que penso tb! Parabéns pelo texto! Bjooo, Babi.

Nicole disse...

É isso aí Fe, concordo plenamente! Nada de dois passinhos atrás!!!